O fim de festaDesta vez, os autores da "campanha negra" estão devidamente
identificados: são os juízes do Tribunal de Contas. Por motivo de
"urgência", embora o contrato só terminasse em 2015, o Governo assinou
com a Liscont, empresa da famosa "holding" económico-partidária
Mota-Engil/Jorge Coelho (e, já agora, Luís Parreirão, também
ex-governante socialista da área das Obras Públicas) um "aditamento" à
concessão do terminal de Alcântara. Sem concurso, que a coisa era
"urgente" e sabe-se lá quem estará no Governo em 2015. É um contrato
justo: a Liscont cobra os lucros e o Estado (a Grande Porca bordaliana,
a de inesgotáveis tetas) suportará eventuais prejuízos, ou, nas
palavras do TC, "o ónus do risco do negócio passa para o [Estado]". O
Estado pagará ainda 1,3 milhões em advogados, consultores &
assessores para a montagem e gestão da ampliação do terminal; e até se,
durante as obras, calhar serem descobertos vestígios arqueológicos,
será (adivinhem quem) o Estado a pagar a paragem dos trabalhos. Só de
má-fé é que alguém pode concluir que tudo isto não é de interesse
público e do mais transparente que há.
JN - 23.07.2009