O caso Várzea de AbrunhaisO pouco mediatizado caso do sucesso alcançado pela escola EB1 de Várzea
de Abrunhais, concelho de Lamego, patenteia bem a diminuta atenção que
se vai conferindo em Portugal a estas surpreendentes e positivas
notícias. De facto, ao ser incluída pela Microsoft no seu programa
mundial das escolas tecnologicamente inovadoras, esta escola básica do
interior do país vai contar agora com o acompanhamento regular desta
importante multinacional. E este caso de sucesso - assente num projecto
educativo que colocou esta escola na senda das tecnologicamente mais
inovadoras do Mundo - resulta, inquestionavelmente, da dedicação e do
envolvimento de professores e alunos que, apoiados pela existência do
Magalhães e pela generalização do acesso à Internet introduzido nas
escolas portuguesas (sejamos realistas, sem estes seria impensável tal
sucesso) conseguiram inédito feito. Ora, a propósito deste
interessante caso, será fundamental realçar as oportunas medidas que têm
vindo a ser adoptadas ao nível do desenvolvimento tecnológico das
nossas escolas que - a par dos resultados já alcançados no Plano
Tecnológico - tendem a promover, ainda que a médio prazo, muito bons
resultados ao nível da qualificação dos portugueses, da competitividade
das empresas, bem como do reforço da coesão económica e social. Considerando
que, dentro de uma década e meia, a quase totalidade dos empregos vão
exigir competências em tecnologias de informação e comunicação, a aposta
que agora for feita na educação - deslocando-a "do ensino" para "a
aprendizagem", "da dependência" para "a autonomia" e reforçando a sua
componente tecnológica - será a melhor ferramenta para assegurar "aos
portugueses de amanhã" as melhores condições de acesso ao mercado de
trabalho (nacional e internacional) constituindo, igualmente, uma via
privilegiada para a integração e a inclusão de todos na sociedade. E
esta é, no plano das políticas públicas, a melhor resposta para, a
prazo, minorar o desemprego e a exclusão social, contribuindo assim para
a promoção de uma sociedade mais justa.
JN - 05.03.2010