A Língua não é apenas um meio de comunicação, é também um instrumento
de conhecimento e de pensamento. A Língua fala em nós tanto quanto nós
a falamos, constitui o elemento fundamental da nossa identidade
enquanto povo (e, sobretudo, enquanto "pátria", pluralidade de valores
identitários que herdámos dos nossos país e que os nossos filhos
herdarão de nós). São, por isso, dramáticas as notícias que dão conta
de que, nos recentes exames nacionais do 9.º ano, o número de negativas
a Língua Portuguesa aumentou 70%, apesar de o actual ME ter levado o
nível de exigência dos exames ao grau zero. A falta de exigência a que
se chegou é tal que, para se opor à opinião dos peritos para quem os
exames do 12.º ano de Matemática foram este ano de novo
"escandalosamente fáceis", o presidente da APM argumenta que o exame
"tinha algumas coisas que exigiam alguma interpretação de (…) linguagem
escrita". Ou seja, o exame não seria assim tão fácil porque… exigia
"alguma" interpretação de linguagem escrita. Isto a alunos do último
ano do Secundário! Diz a ministra que o país devia "encher-se de
orgulho" com isto…
JN - 15.07.2009