Temos crianças esfaimadas
E elas sorriem
Para elas.
Temos prostitutas
Em Assembleia
De todas as classes,
Tão usadas,
Tão vendidas
E nós somos palhaços
No circo delas.
Temos vozes
Que se erguem
Papoilas ousadas
E desfalecem
De cobardia.
Temos sanguessugas aperaltadas
Bem engravatadas
Chupando-te o sangue
Dos dias
Irmão,
E nenhuma palavra as detém
Nenhuma Lei virá,
No descalabro da justiça
Temos crianças esfaimadas
E sanguessugas gordas
Pelas suas frágeis pernas.
Haverá ainda um Destino
Feito de Luz
No reino da palhaçada
Para nos abençoar
Irmão?
Haverá ainda União de um só gesto,
Basta!
Por todas as praças!?
Célia Moura ( A publicar)