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 O fascismo continua aí com cara de agiota

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Devezas
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MensagemAssunto: O fascismo continua aí com cara de agiota   O fascismo continua aí com cara de agiota EmptyQua Fev 06, 2013 7:07 pm


O fascismo continua aí com cara de agiota 734764_196740340468968_769925713_n

Manifesto antifascista europeu
Sessenta e oito anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota do fascismo e do nazismo, assistimos, por quase toda a Europa, à ascensão da extrema-direita. Mas, fenómeno ainda mais preocupante, vemos desenvolverem-se, à direita dessa extrema direita, forças assumidamente neonazis que, nalguns casos (Grécia, Hungria,...), se enraízam na sociedade, formando verdadeiros movimentos populares de massas, radicais, racistas, ultra violentos e pogromistas, cujo objectivo assumido é a destruição da organização sindical, política e cultural dos trabalhadores, o esmagamento de toda a resistência cidadã, a negação do direito à diferença e o extermínio - mesmo físico - dos "diferentes" e mais fracos.
Como nos anos vinte e trinta, a causa geradora dessa ameaça
neofascista e de extrema-direita é a profunda crise económica, social, política, bem como ética e ecológica, do capitalismo, o qual, a pretexto da crise da dívida, leva a cabo uma ofensiva sem precedentes contra o bem-estar social, as liberdades e os direitos dos trabalhadores: uma ofensiva contra os de baixo! Aproveitando o medo dos ricos face ao risco de explosão social e de radicalização da classe média esmagada pela crise e pelas medidas draconianas de austeridade e o desespero dos desempregados marginalizados e empobrecidos, a extrema direita e as forças neonazis e neofascistas crescem em toda a Europa; massificam a sua influência junto das camadas deserdadas, que viram sistematicamente contra os tradicionais e novos bodes
expiatórios (imigrantes, muçulmanos, judeus, homossexuais,
deficientes,...), bem como contra movimentos sociais, organizações de esquerda e sindicatos.
A influência e a radicalidade dessa extrema direita não é igual
em toda a Europa. No entanto, a generalização de políticas
draconianas de austeridade faz com que a subida da extrema direita seja um fenómeno quase geral. A conclusão é óbvia: o facto de a ascensão impetuosa da extrema direita e de a emergência de um neofascismo ultra violento não serem mais a exceção que confirma a regra europeia, obriga os antifascistas do continente a enfrentarem a verdadeira dimensão do problema, ou seja, a resolverem o problema à escala europeia!
Mas dizer isto não chega, é preciso acrescentar que a luta contra a extrema-direita e neonazismo é uma urgência absoluta. Na verdade, em vários países europeus a ameaça neofascista já é tão direta e imediata que transforma a luta antifascista num combate de primeira necessidade, estando em jogo a vida ou morte da esquerda, das organizações sindicais, das liberdades e dos direitos democráticos, dos
valores da solidariedade e da tolerância, do direito à diferença. Dizer que estamos envolvidos numa corrida de velocidade contra a barbárie racista e neofascista é uma realidade que se verifica, todos os dias, nas ruas das nossas cidades europeias...
Dada a profundidade da crise, a dimensão do desgaste social que provoca, a intensidade da polarização política, a determinação e a agressividade das classes dirigentes, a importância histórica do confronto em curso, a dimensão da subida das forças de extrema direita, é evidente que a luta antifascista constitui uma opção estratégica que exige formas sérias de organização e investimento político e militante a longo prazo. Em consequência, a luta antifascista deve manter grande proximidade ao combate quotidiano contra as
políticas de austeridade e o sistema que as gera.
Para ser eficaz e responder às expectativas da população, a luta antifascista deve organizar-se de maneira unitária e democrática e ser fruto da iniciativa das massas populares. Para tal, os cidadãos e as cidadãs devem organizar, eles mesmos, a luta antifascista e a sua autodefesa. Ao mesmo tempo, para ser eficaz, essa luta deve ser global, opondo-se à extrema-direita e ao neofascismo em todos os locais em que se manifeste o veneno do racismo e da homofobia, do chauvinismo e do militarismo, do culto da violência cega, da apologia das câmaras de gás e de Auschwitz. Em suma, para ser eficaz a longo prazo, a luta antifascista deve propor uma outra visão da sociedade, diametralmente oposta à que é proposta pela extrema-direita: quer dizer, uma sociedade baseada na solidariedade, na tolerância e na fraternidade, na recusa do machismo, na rejeição da opressão das mulheres, no respeito pelo direito à diferença, pelo internacionalismo,
pela proteção escrupulosa da natureza e pela defesa dos valores humanistas e democráticos.
O movimento antifascista europeu deve ser o herdeiro das
grandes tradições antifascistas do continente! Com esse objetivo, deve construir as bases de um movimento social dotado de estruturas, com uma atividade quotidiana, penetrando toda a sociedade, organizando em rede os cidadãos antifascistas de acordo com as suas profissões, os seus locais de habitação e as suas sensibilidades, lutando em todas as frentes da atividade humana e assumindo em pleno a proteção física dos cidadãos mais vulneráveis, dos imigrantes,
dos ciganos, das minorias nacionais, dos muçulmanos, dos judeus ou dos homossexuais, de todos aqueles que são sistematicamente vítimas de racismo de Estado e da mafia fascista.
É porque a necessidade de uma mobilização anti-fascista, a nível europeu, se torna cada dia mais urgente que nós, que assinamos este manifesto, apelamos à criação de um Movimento Antifascista Europeu, unitário, democrático e de massas, capaz de enfrentar e de vencer a peste negra que ergue a cabeça sobre o nosso continente.
Faremos tudo para que o congresso constitutivo do Movimento Antifascista Europeu, que tanto necessitamos, se realize em Atenas, na Primavera de 2013, e surja a par de uma grande manifestação antifascista europeia a realizar nas ruas da capital grega.

Desta vez, a história não se deve repetir !
NÃO PASSARÃO !
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