Até nem acredito nestas votações "democráticas"
que nos levam a acordos entre partidos
em que as pessoas ficam de fora e são tratadas como lucros.
Mas a estória até tem sentido...
A Crise
De vez em quando (muitas vezes?) dá-me para isto, para a solução fácil: ir rebuscar um post antigo e vênde-lo segunda vez. Assim acontece desta vez (terceiro "vez"?) - vês?! a escrita não está nos meus/seus melhores dias!
Por isso aqui fica um "repostado" que espero que sirva para pensarmos em votos. Faço votos que assim seja!
Alice Serra das Fontes ficou viúva com cinco filhos às costas e fez das tripas coração para chegar aos setenta e cinco anos que ontem completou. Para assinalar o feito convocou os herdeiros, dispensando netos, noras e genros, e fez uma panela de mexudas.
A mais nova, professora, anda revoltada e deprimida com o que está a acontecer nas escolas. Os irmãos acham que ela era uma privilegiada e acham muito bem que a obriguem a não gostar do que faz.
O segundo mais novo é operário e anda preocupado porque é voz corrente que a empresa vai ser deslocalizada. Os irmãos acham natural e que a culpa é dele porque estava acomodado ao dinheirinho certo ao fim do mês e nunca se esforçou por fazer outra coisa.
A do meio tem um “comes e bebes” mas a coisa vai de mal a pior porque a malta não tem dinheiro. Os irmãos sempre acharam que ela escolhera aquela vida porque não dava trabalho e que puxava nos preços quanto queria, e, por isso, as suas dificuldades não os impressionavam.
O segundo mais velho anda na construção e anda desanimado porque a coisa vai torta. Os irmãos acham que ele quase que chegava a rico sem saber ler nem escrever e que é bom que se convença que também tem de saber o que é a crise.
O mais velho é criador de gado e, com as condições que lhe estão a exigir, vai ter de fechar a exploração. Os irmãos concordam porque não lhes agrada o cheiro que, às vezes, anda no ar e porque, além disso, ele dá medicamentos aos porcos.
- Vocês, parece que se esqueceram que precisam uns dos outros! Não foi para ver isto que eu vos andei a criar! Fazem-me lembrar o governo que ataca tudo a torto e a direito como se a única coisa que funciona bem neste país fosse a governação!
Estais todos angustiados porque vos convencestes que o vosso mal era o bem dos outros e que ficarieis bem se os outros ficassem mal!
Pois eu preciso de vós os cinco. Deixei de fazer queijos pelo facto de me exigirem azulejos e fiquei conformada com a reforma de 160 euros. Agora vejo que errei, devia ter lutado contra estes cabrões de Lisboa e acomodei-me! Agora peço-vos que me ajudem, quero 50 euros de cada um como prenda de anos! Em quem vais votar?
- Eu nunca votei!
- Eu nunca mais voto!
- Votar, para quê?
- Com o meu voto, ninguém conte!
- Eu voto na puta que os pariu!
- Puta que os pariu aos cinco! Querem ver que tem de ser a velha a votar por vocês todos! Em trinta anos de votos nunca tive tanta vontade de votar! Vou votar sim! Vou votar contra estes cabrões dos Cavacos e Soares que há trinta anos que nos andam a foder com a crise e não há maneira do povo ver que a crise é esta cambada de adoutorados que andam sempre a cagar sentenças de remédios e não há maneira de acertarem!
De saída, os cinco trocaram entre si umas palavras: se ao menos a gente tivesse dinheiro para a pôr no asilo!
(bacorada do Pata Negra)A Crise
De vez em quando (muitas vezes?) dá-me para isto, para a solução fácil: ir rebuscar um post antigo e vênde-lo segunda vez. Assim acontece desta vez (terceiro "vez"?) - vês?! a escrita não está nos meus/seus melhores dias!
Por isso aqui fica um "repostado" que espero que sirva para pensarmos em votos. Faço votos que assim seja!
Alice Serra das Fontes ficou viúva com cinco filhos às costas e fez das tripas coração para chegar aos setenta e cinco anos que ontem completou. Para assinalar o feito convocou os herdeiros, dispensando netos, noras e genros, e fez uma panela de mexudas.
A mais nova, professora, anda revoltada e deprimida com o que está a acontecer nas escolas. Os irmãos acham que ela era uma privilegiada e acham muito bem que a obriguem a não gostar do que faz.
O segundo mais novo é operário e anda preocupado porque é voz corrente que a empresa vai ser deslocalizada. Os irmãos acham natural e que a culpa é dele porque estava acomodado ao dinheirinho certo ao fim do mês e nunca se esforçou por fazer outra coisa.
A do meio tem um “comes e bebes” mas a coisa vai de mal a pior porque a malta não tem dinheiro. Os irmãos sempre acharam que ela escolhera aquela vida porque não dava trabalho e que puxava nos preços quanto queria, e, por isso, as suas dificuldades não os impressionavam.
O segundo mais velho anda na construção e anda desanimado porque a coisa vai torta. Os irmãos acham que ele quase que chegava a rico sem saber ler nem escrever e que é bom que se convença que também tem de saber o que é a crise.
O mais velho é criador de gado e, com as condições que lhe estão a exigir, vai ter de fechar a exploração. Os irmãos concordam porque não lhes agrada o cheiro que, às vezes, anda no ar e porque, além disso, ele dá medicamentos aos porcos.
- Vocês, parece que se esqueceram que precisam uns dos outros! Não foi para ver isto que eu vos andei a criar! Fazem-me lembrar o governo que ataca tudo a torto e a direito como se a única coisa que funciona bem neste país fosse a governação!
Estais todos angustiados porque vos convencestes que o vosso mal era o bem dos outros e que ficarieis bem se os outros ficassem mal!
Pois eu preciso de vós os cinco. Deixei de fazer queijos pelo facto de me exigirem azulejos e fiquei conformada com a reforma de 160 euros. Agora vejo que errei, devia ter lutado contra estes cabrões de Lisboa e acomodei-me! Agora peço-vos que me ajudem, quero 50 euros de cada um como prenda de anos! Em quem vais votar?
- Eu nunca votei!
- Eu nunca mais voto!
- Votar, para quê?
- Com o meu voto, ninguém conte!
- Eu voto na puta que os pariu!
- Puta que os pariu aos cinco! Querem ver que tem de ser a velha a votar por vocês todos! Em trinta anos de votos nunca tive tanta vontade de votar! Vou votar sim! Vou votar contra estes cabrões dos Cavacos e Soares que há trinta anos que nos andam a foder com a crise e não há maneira do povo ver que a crise é esta cambada de adoutorados que andam sempre a cagar sentenças de remédios e não há maneira de acertarem!
De saída, os cinco trocaram entre si umas palavras: se ao menos a gente tivesse dinheiro para a pôr no asilo!
(bacorada do Pata Negra)
via canal #moritz @Ptnet