1. Portas de Ródão
Classificada desde 2005 como Monumento Natural, esta é, de fato, uma das mais majestosas construções da natureza em terras lusitanas e um dos pontos altos do Rio Tejo. A formação geológica foi criada por uma falha tectónica e pela erosão das águas do Rio junto do relevo rochoso da Serra das Talhadas, fraturando-a e abrindo um caminho de 45 metros de largura, onde o Rio hoje continua seu curso natural.
A biodiversidade é uma das riquezas das Portas de Ródão, atraindo bird watchers e abrigando algumas espécies raras e em vias de extinção. Também por isso, vale a pena se entregar a um dos barcos que operam passeios turísticos ao longo do Rio, parar na ponte que o atravessa ou pegar o trem da linha da Beira Baixa.
Foto © VozdoBerço
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2. Azenhas do mar
Não muito distante de Lisboa, a cerca de 40km, e mais próxima ainda do centro histórico de Sintra, fica esta simpática aldeia em forma de berço, entalada num rochedo e com a maioria das casas pintadas de branco. Se a arquitetura é acolhedora, a água nem tanto (bem fria para os padrões da maioria das águas brasileiras), mas a piscina oceânica construída numa pequena baía promete compensar.
Foto © PSiLux
Foto © Ricardo Gonçalves
3. Praia Fluvial da Mina de S. Domingos
A sugestão vai para aqueles que preferem a tranquilidade do campo, mas que mesmo assim não abdicam da praia no verão. Localizada no coração do Alentejo, no concelho de Mértola, esta praia não tem água salgada, mas tem areia e água morna, em um refrescante contraste com a paisagem seca desta região do país.
Desde 2012 considerada Praia de Qualidade de Ouro, o lugar oferece todas as condições de segurança e acessibilidade, além de estar equipada com espaços de lazer, como um parque com grelha para os churrasqueiros de plantão, ou um anfiteatro, palco de espetáculos e sessões de cinema ao ar livre quando se recolhem as toalhas e o dia dá lugar à noite.
Foto © Nuno Oliveira/Arquivo Fugas
Foto © Fábio Jesuíno
4. Praia da Arrifana
Fica no Algarve, é verdade, na zona oeste, em Aljezur, mas, se você quiser aproveitar os quase mil quilômetros de costa que Portugal continental tem para oferecer durante o verão europeu - tarefa obrigatória -, este é um dos lugares onde ainda é possível manter uma relação a dois com o seu espaço de areia, sem ninguém interferindo. Muitas outras praias algarvias ficam, entre junho e setembro, lotadas, o que só mostra que Portugal tem conseguido aproveitar o potencial turístico que a natureza lhe ofereceu.
A Praia da Arrifana faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que abrange mais de 100 quilômetros e onde a paisagem natural cruza praias e pequenas ilhas, como a do Pessegueiro, com falésias (algumas exigem precaução, pelo risco de queda), em um panorama muito próprio.
Escolhemos a Praia da Arrifana, que se tornou uma espécie de “Meca” dos surfistas – ainda atrás de outras, como a de Peniche -, mas a oferta de areia fina, banhos de mar e habitats naturais é tanta que podíamos falar também na Praia do Amado, Porto Covo, Odeceixe, Carrapateira, Vale dos Homens ou Galé sabendo que não desiludiríamos ninguém. A verdade é que as praias da costa alentejana têm ganhado fãs entre os portugueses e, mesmo com uma curta estada, você não demorará a entender porquê.
Foto © Adelina Dalia
Foto © lukas griesser
5. Piódão
Da praia passamos para a paisagem pitoresca da aldeia de Piódão, na região centro do país. Piódão faz parte das “Aldeias Históricas de Portugal”, um conjunto de aldeias e vilarejos que foram restaurados e se encontram protegidos, devido à sua importância histórica. Não sendo propriamente desconhecida entre os portugueses, é muitas vezes deixada de fora pelos visitantes, que acabam se rendendo mais facilmente aos longos areais do Algarve.
As paredes de xisto e as portas e janelas pintadas de azul caracterizam a aldeia, que nos períodos festivos, como Páscoa e Natal, vê regressarem muitos dos jovens que foram obrigados a deixar a terra em busca de melhores condições de vida. A população que por aqui ficou vive essencialmente da agricultura e faz as delícias dos visitantes, já que alia a hospitalidade a uma forma de vida que mantém tradições com séculos de história.
Piódão impressiona pela longevidade, com casas que parecem estar no mesmo ponto em que estavam quando foram construídas, com as ruas apertadas e o chão de pedra a nos transportar para um tempo que não é o nosso.
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Nota: Se visitar Piódão, separe um tempo para ir até à aldeia vizinha de Foz d’Égua, onde encontrará a natureza em estado puro da Serra do Açor, o ponto de encontro de duas ribeiras, a de Piódão e a de Chãs, com uma ponte no melhor estilo Indiana Jones, e uma praia fluvial que será uma tentação nos dias mais quentes.
Foto © Sérgio Andrade
Foto © Rodrigo Costa
6. Monsanto
Também parte do grupo de aldeias históricas, Monsanto tem a particularidade de ter sido construída em meio a enormes pedregulhos, hoje cobertos de musgo e que oferecem outra cor a este lugar. Com origens na Idade da Pedra, Monsanto foi considerada “a aldeia mais portuguesa de Portugal” em 1938, por António de Oliveira Salazar, à época líder da ditadura que tomou conta de Portugal durante mais de 40 anos. A explicação para o veredicto do chefe de Governo está relacionada com a cultura e arquitetura ricas, que misturam influências dos vários ocupantes da região.
As casas foram esculpidas em pedra granítica, com telhados vermelhos e perfeitamente ancoradas nas pedras. No topo de uma dessas montanhas de granito, fica um castelo que oferece uma das melhores vistas da região.
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7. Monsaraz
É verdade que Portugal não tem falta de encantadoras cidades no topo de colinas, mas por alguma razão (que você precisa explorar) Monsaraz, no Alentejo, ficou entre as finalistas de um concurso que rolou no país, chamado “As 7 Maravilhas de Portugal”. Este pequeno vilarejo apresenta também uma atmosfera medieval, com a particularidade de ter as casas caiadas de branco e de abrigar um castelo (construído para servir de proteção aos ataques dos espanhóis) com uma vista panorâmica sobre essas pequenas e antigas casas agrupadas e sobre os campos que vão em direção ao rio Guadiana, na fronteira entre Portugal e Espanha.
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Foto © Paulo Rui Martins/Getty/Flickr via
8. Arquipélago das Berlengas
Quando se fala em ilhas e arquipélagos de Portugal, Açores e Madeira surgem no topo da lista. Não é difícil encontrar portugueses que não conheçam o Arquipélago das Berlengas e já tenham visitado Açores e Madeira (bem mais longe no Atlântico, acessíveis apenas em viagens de avião) mais do que uma vez. A boa notícia é: comparações à parte, as Berlengas têm muito para oferecer aos visitantes.
A pouco mais de 10km da cidade costeira de Peniche, é fácil acessar a ilha principal, Berlenga Grande, através de um ferry boat que opera entre maio e setembro (no resto do ano, o Atlântico não deixa). O arquipélago é parcialmente desabitado, excepção feita à ilha principal, onde o mar rico em diferentes espécies de peixe serve de sustento à população.
A ilha não tem mais do que 2km de comprimento, mas é feita de penhascos, vales, enseadas e cavernas de granito, entrecortadas por águas claras, em um cenário difícil de encontrar em outras partes. A grande variedade de espécies de aves (cuidado com as gaivotas, elas dominam a ilha) fez das Berlengas Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO. Se pensa visitar a ilha em breve, não se esqueça de incluir o Forte de São João Baptista no roteiro, uma fortaleza militar acessível por uma estreita e serpenteante escadaria.
Se a paixão bater forte, pode pegar sua barraca e acampar numa das encostas da ilha.
Fotos © Warl0rdPT
9. Ilha do Farol
Para fechar a seção “ilhas”, o Farol é um segredo ainda relativamente bem guardado – o que ninguém preveria, a julgar pela cor, calma e temperatura do mar. Para quem dispensa a agitação de algumas das praias portuguesas (conhecida também dos brasileiros), o Farol oferece a paz necessária, que começa logo no passeio para lá chegar – uma balsa, na cidade de Olhão, Algarve, te leva até à ilha, atravessando o Parque Natural da Ria Formosa.
A ilha é aliás um dos pedaços de terra que separam a Ria do mar, o que significa que a praia é marítima e fluvial. Também aqui os (poucos) habitantes se dedicam à pesca na Ria e garantem que a tradição e a vida na ilha se mantêm intocadas.
Fotos © Mariana Trindade
10. Miranda do Douro
Em termos culturais, um dos lugares mais interessantes e bem preservados para se visitar em Portugal, Miranda do Douro é o lugar do país onde ainda se pode escutar o “Mirandês“, a única variação linguística, ou dialeto, que sobreviveu à passagem do tempo em Portugal e que tem mesmo reconhecimento legal. A juntar a isso, a dança típica da região, chamada de Dança dos Paus, executada por homens – conhecidos como Pauliteiros - vestindo saias bordadas e camisas de linho e bailando ao ritmo da gaita de foles, em movimentos espantosamente bem coordenados, é uma experiência que não deve ser desperdiçada.
Todo a área, e principalmente o centro histórico da cidade, é também um prato cheio para quem se interessa por história, com monumentos, museus e aldeias que testemunham a passagem de povos como os árabes que deram nome à terra (na época, “Mir-Andul”). Ainda que bem no norte de Portugal, no distrito de Bragança, se for no verão, entre junho e setembro – na verdade, a época ideal, para que possa participar das romarias e festas típicas da região – não se esqueça das piscinas e praias fluviais que circundam a cidade, bem como das vistas para o Rio Douro (foto abaixo).
Como em qualquer outra região do país, a gastronomia é outra das grandes pedidas. Aqui, ao contrário do sul, onde se opta mais frequentemente pelo peixe grelhado ou marisco, a Posta Mirandesa, feita com vitela da região, é talvez o prato mais típico. Também o Cordeiro Mirandês é a base de vários pratos tradicionais, sendo uma espécie protegida e criada no Planalto Mirandês, onde as condições humanas e agrícolas são ideias para a criação dos rebanhos.
Fotos via Rota da Terra Fria Transmontana
via http://nomadesdigitais.com/