Tenham medo, muito medoO cenário é apocalíptico, verdadeiro "Mad Max" sanitário: ruas desertas,
escolas, fábricas, restaurantes, centros comerciais fechados, os
próprios pilares da portugalidade, igrejas, estádios, casas de fado,
fechados; e as famílias fechadas em casa (persianas corridas, janelas
fechadas, portas fechadas, casota do cão fechada) com as câmaras de
segurança direccionadas, já não para os bairros periféricos, mas para
partículas em suspensão e vizinhos, a suspeita corroendo os valores
mais sólidos do matrimónio, filhos, criadas, maçanetas das portas. A
crer em jornais e TV (e na Roche, e na Gilead), o H1N1 propaga-se mais
depressa que o comunismo; pior: os comunistas só comiam criancinhas, o
H1N1 come a família toda. 127 mortos nos Estados Unidos, 21 no Canadá,
7 na Austrália, 29 no Reino Unido, 3 em Espanha… Segundo o último
relatório da OMS, já há 311 mortos em todo o mundo, principalmente no
mundo ocidental. Face a números tão aterradores, o que são 6 milhões de
crianças morrendo anualmente devido a fome e subnutrição e 10 milhões
devido a doenças que podiam ser evitadas com uma simples vacina?
JN - 21.07.2009