A partida que deveria ser a da viragem no péssimo rendimento da Selecção portuguesa transformou-se numa tremenda humilhação. A pobreza cresce até à vergonha de seis golos sofridos, resultado que Portugal não conhecia desde 1955 (também 6-2, frente à Suécia). Até ao momento, e apesar das muitas experiências levadas a cabo, não há sistema que sirva a esta equipa.
Frente a um Brasil que nem sequer deveria ter o público a seu favor - Dunga não cai no goto dos brasileiros -, Portugal entrou bem, marcou um bom golo, parecia ser capaz de responder à nova proposta de Queiroz - 4x2x3x1 de pendor claramente ofensivo -, mas logo a seguir ofereceu o golo do empate e depois desintegrou-se.
Queiroz queria testar Cristiano Ronaldo a ponta-de-lança com dois alas móveis, mas só o fez na segunda parte, já que na primeira optou por Danny como avançado-centro. Nenhuma das experiências resultou e o melhor será mesmo desistir da ideia de fazer do CR7 ponta-de-lança ou mesmo principal referência do ataque.
A disposição do Brasil em losango arrasou rapidamente a equipa portuguesa, que defendia apenas com dois homens no miolo contra quatro brasileiros. Maniche e Tiago, porque o esquema da primeira parte será aquele que mais valerá a pena analisar, lutavam quase sempre contra quatro adversários, uma vez que Ronaldo, Simão, Danny e Deco poucas vezes recuavam para ajudar. A par desse defeito de organização, a péssima exibição de Pepe e o adormecimento de Bosingwa ajudaram os brasileiros a escolher por onde pretendiam construir o resultado.
O intervalo ditou nova experiência: Meireles, mais habituado a missões defensivas, em vez de Tiago, Nani a extremo-direito e Ronaldo no meio. Resultado prático: nada. A exibição continuou a piorar e o Brasil aproveitou o descontrolo total para construir um resultado histórico.
Com o golo de Simão, a passe de Deco - ofuscado por Gilberto Silva - quando o marcador estava em 4-2, pensou-se que tudo o que de mau estava a acontecer ficaria minimizado, mas o pior estava para vir. Portugal consentiu mais dois golos completamente idiotas e acabou por encaixar um resultado humilhante. Há muito trabalho a fazer nesta selecção e Carlos Queiroz precisa de encurtar o período de experiências e trabalhar um esquema definitivo. Os testes têm ido de mal a pior. Ontem foi a vergonha